...Reticências...

Há sempre qualquer coisa a dizer depois de umas reticências...


Acredita, tu vais vencer.

A vida é uma luta constante e por vezes temos de nos deparar com situações de uma dificuldade estrema que nos obrigam a sermos fortes, a lutar e a acreditar. Acontece a um, depois a outro e depois a outro... a única forma de vencer é a esperança e a força de lutar contra tudo. É com este tema original, composto por mim e pelo cantor Sandro Lopez, que tentamos chegar de forma carinhosa a todas as vítimas de cancro e usamos a melodia para dar força e coragem a todas as mulheres guerreiras que lutam diariamente sorrindo Sandro Lopez é um cantor brigantino, com um álbum editado e prepara o segundo onde inclui este tema dedicado a todos os que sofrem do cancro. Desta forma, anuncio neste preciso momento que o drama que envolverá o meu próximo romance é o indesejável cancro da mama que tem afetado muitas mulheres no mundo inteiro. Vamos partilhar e tentar dar a todas elas uma fonte de força para que possam acordar todas as manhãs com um sorriso na cara.


Vale a pena ver e partilhar.

Se Tu Não Estiveres Aqui

Conto

Enquanto procurava uns papéis nas gavetas do escritório, esses papéis chatos que todos os adultos têm que preencher e que têm de ter em ordem, Lara decidiu que era o momento certo para arrumar toda aquela confusão.

Tirou as gavetas todas da secretária e depositou-as pelo chão. Sentou-se na sua cadeira preferida lá de casa: uma poltrona enorme, grande, com uns estampados cheios de cor, encostada à enorme janela que ilumina o escritório. Primeiro procurou pelos papéis que eram mais importantes, os tais papéis... Assim que deu com eles colocou-os de parte e continuou naquela arrumação que lhe parecia interminável. Apercebeu-se que dentro daqueles seis pedaços de madeira, em forma retangular, estava muito do que era a sua vida. Acabou por rir de si mesma:

- Tenho 35 anos e a minha vida cabe em seis gavetas de uma secretária. - Pensou para si. Teria feito assim tão pouco? Sim, ainda tinha muito pela frente, mas de repente surgiu aquela sensação que havia algo que lhe estava a escapar. Encontrou mais papéis, e algumas lembranças da escola: cartas das amigas, coleções de porta-chaves e de isqueiros, e claro, álbuns de fotografias. Alguns desses álbuns eram da casa dos seus pais, que ela "roubou" para os ter mais perto de si. Neles podem-se encontrar fotos de família, de quando era bebé, dos seus pais ainda jovens, das suas aventuras nas férias e as típicas fotografias da escola. Deu por si, a encolher-se na poltrona, comovida enquanto esfolheava aqueles álbuns. Tantas pessoas que já tinham passado na sua vida, muitas delas já nem se lembrava dos seus nomes, outras seriam sempre insubstituíveis. Ainda guarda amigas do tempo da primária, e outros ainda a acompanham nesta nova etapa da sua vida. Mas a maior parte deles, se os visse na rua não os reconheceria. E eles? Ainda saberiam quem era? Será que os marcou de maneira diferente, que eles a si? Mergulhada naqueles pensamentos, nem viu as horas passarem, e folheou mais um álbum quando deu de caras com uma foto de um rapaz alto, de olhar intenso, cabelo acastanhado a combinar com o seu tom de pele dourado, sorriso largo, de calções de praia, com o pôr-do-sol ao fundo, olhava para a câmara com um braço levantado como que a chamá-la. Ficou presa naquele olhar, automaticamente, sorriu, lembrando-se daquele dia, lembrando daquele rapaz: o Tristão.

"Fragmentos de uma imaturidade"

Aquele lugar frio e gelado, aquele mundo pintado de negro que segura com cordas os fracos que se deixam enganar, aquela porta para o outro mundo que se abre para os ingénuos e repugnantes seres que se deixam conquistar pelos hábitos de consumo contínuo, aqueles que, não crescem, não se tornam mulheres ou homens de verdade, aqueles que se deixam consumir, aqueles que choram lágrimas de desespero, que suplicam para que se saciem do branco ou da dor e excluem a cura, esses que andam às voltas no mundo que se tornou em tons de cinza, que se rebaixam ao limite por alguns cêntimos para se voltarem a fechar no seu mundo sem vida, esses que não vivem por ninguém a não ser pelas adições viciantes que encontraram atrás daquela porta que os leva ao caminho da morte, esses que se vitimizam pelas suas escolhas erradas, esses que se sentem sozinhos no mundo e que são apenas SOZINHOS, esses que... esses que se perderam no caminho gradual do sofrimento e do esquecimento forçado, são apenas "esses".

Com quem podem contar "esses"? Abrirás mão de ti para te afundares ao aparar quem já se afundou por si só? Serás forte o suficiente para lutares contra os "não" quando ofereces uma mão para a luz? Serás capaz de abraçar ou ajudar para o outro sorrir quando o que o faz sorrir é a acção de sentir o seu corpo ser invadido pela escuridão?

E porque "são tão pobres que não vêem o mundo" só conseguem olhar para o seu nariz e pensar num único propósito para a vida: o erro!

Aos outros, aqueles que dão um verdadeiro sentido à vida, nunca se deixem enganar por aquela porta que se abre tão facilmente para vos dar as boas vindas e depois vos prende a sete chaves pois para a saída sereis apenas vós, sozinhos.

Reflexões

Fábio Serqueira

16-12-2015

(Re)conquistas

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